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Quem são os Técnicos de Diagnóstico e Terapêutica?

Desde há muitos anos os Técnicos de Diagnóstico e Terapêutica são pedra basilar nas Instituições de Saúde. Uma das evidências que nos conduz às primeiras designações destas profissões, remonta ao início do século XX [há mais de 110 anos]. O Decreto de 24 de Dezembro de 1901 da “Secretaria de Estado dos Negócios do Reino”, cria o “Laboratório Geral de Analyse Clínica”, no Hospital Real de S. José e Annexos, sob proposta do Enfermeiro-mor José Curry da Câmara Cabral.

Somos portanto “muito antigos” nestas questões do diagnóstico e da terapêutica…

Então porque é que “ninguém” sabe que nós existimos? Ou sabendo que “existimos”, será que a maioria continua sem perceber que não é o enfermeiro (com todo o respeito que por eles tenho e pela sua profissão) que lhe “tira” o sangue? Assim como não é o enfermeiro que lhe faz o electrocardiograma, nem o TAC, nem o RX, nem as análises, nem o papanicolaou, nem as próteses dentárias, nem o electroencefalograma, nem a radioterapia? E também não é o enfermeiro que lhe faz os exames para saber se o “bocadinho” que tirou do seu corpo é cancro.

Quem lhe faz todos estes exames é o Técnico de Diagnóstico e Terapêutica.

Somos profissionais que trabalham “nos bastidores”. Bastidores pode ser definido como: “Tudo o que acontece atrás das camaras, palco ou cenário. Todo o trabalho que é feito antes e depois de alguma apresentação. Pessoas que trabalham para algum acontecimento, mas que não são filmadas. Exemplo: diretor, maquilhador, operador de camara, realizador…”.

Ja imaginou uma peça de teatro, um filme, uma telenovela, (…) ser feita sem todas as pessoas nos bastidores?

Agora imagine que “tirou” um bocadinho do seu corpo, por exemplo fez uma biópsia ao intestino. O médico não tem a certeza de estar tudo bem e por isso, para ter a certeza, envia o seu “bocadinho” para a Anatomia Patológica. Imagine que não existem Técnicos de Diagnóstico e Terapêutica. Agora imagine que não existem Técnicos de Anatomia Patológica. Sabe quando vai ter o resultado da biópsia que fez? Nunca!…

Para cada uma das profissões que integram os Técnicos de Diagnóstico e Terapêutica existem cenários semelhantes…

Análises Clinicas, Anatomia Patológica, Audiologia, Cardiopneumologia, Dietética e Nutrição, Farmácia, Fisioterapia, Higiene Oral, Medicina Nuclear, Neurofisiologia, Ortóptica, Ortoprotesia, Prótese Dentária, Radiologia, Radioterapia, Saúde Ambiental, Terapia da Fala, Terapia Ocupacional.

É certo que todas estas profissões são basilares e fundamentais para a realização de um diagnóstico e/ou de uma terapêutica ao doente. As instituições de saúde ficam paralisadas sem Técnicos de Diagnóstico e Terapêutica.

Nós sabemos isso, os médicos sabem isso, os enfermeiros sabem isso, os administradores hospitalares sabem isso, o ministério da saúde sabe isso. Os doentes saberão isso?

Os Técnicos de Diagnóstico e Terapêutica enquadram um conjunto de profissionais detentores de formação especializada de nível superior, que integram equipas multidisciplinares com o objectivo da promoção da saúde, da prevenção, do diagnóstico, do tratamento, da reabilitação e da reinserção. Todas estas profissões incluem profissionais altamente qualificados e de acordo com a legislação em vigor têm como formação base uma Licenciatura.

Os Técnicos de Diagnóstico e Terapêutica trabalham todos os dias com o foco no doente, para a obtenção de um tratamento e de um diagnóstico fiável, correto e de qualidade.

#juntossomosmaisfortes


https://dre.pt/pesquisa/-/search/661768/details/normal?p_p_auth=sW0NdDXN
http://www.dfr.pt/suporte/documentos/cpp2010.pdf

Sobre o autor

Carla Brito Lopes

Carla nasceu em Viana do Castelo em 1977. Licenciada em Anatomia Patológica, Citológica e Tanatológica pela Escola Superior de Tecnologia da Saúde em Lisboa. Concluiu a certificação em Laboratory Management pela ASCP (American Association of Clinical Pathology) em Setembro de 2016. Mestre em Genética Molecular e Biomedicina pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa. Trabalhou no Centro Hospitalar Lisboa Central entre 1998 e 2015, exercendo histopatologia e imunohistoquímica, sendo co-responsável pelo sector. Trabalha no Dr. Joaquim Chaves, Laboratório de Anatomia Patológica desde 2004 onde exerce funções de Coordenação Técnica e da Qualidade.

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