Acidofilia – O termo acidofilia é aplicado às substâncias tecidulares de natureza básica que coram facilmente com corantes ácidos. Os Granulócitos eosinófilos, ou eosinófilos, tem afinidade por corantes ácidos. Normalmente são transparentes, mas coram de vermelho-tijolo após coloração com a eosina.
Acidofílico (ou acidófilo) – Designação de uma substância, tecido ou organismo com afinidade para os ácidos. Em histologia, também designa uma solução corante com capacidade de corar elementos tecidulares básicos. Um corante ácido típico é a Eosina.
Afinidade. O grau em que um reagente de coloração (por exemplo, corante ou substrato de enzima ou anticorpo marcado ou ião de prata) é transferido da solução de coloração para o tecido. Quanto maior for a transferência, maior será a afinidade. Fatores que favorecem a afinidade: interações (ligações) iónicas, ligações de hidrogénio e ligações covalentes.
Agente quelante. Alguns são corantes mordentes que reagem com iões metálicos dando origem a colorações. Exemplos incluem azul celeste, galocianina, hemateína e nuclear fast red. Alguns são usados para gerar produtos coloridos a partir de constituintes do tecido, por exemplo: demonstração de iões de cálcio por quelatação com vermelho de alizarin S; ou de iões de níquel por quelatação com dimetilglioxima. Outro agente quelante, EDTA, é usado para descalcificação de tecidos. Ver quelatação.
Amilóide. Grupo de péptidos ou proteínas não relacionados que compartilham várias características. Cada grupo deriva de uma molécula solúvel de estrutura primária idêntica, que se torna “mal dobrada” e insolúvel. Cada um destes se auto-replica e se auto-agrega em moléculas maiores (às vezes massivas). Amilóides são geralmente patológicos, e podem ser decorrentes de etiologia desconhecida (por exemplo, doença de Alzheimer, doença de Parkinson, diabetes tipo II) ou de distúrbio genético. Algumas variantes patológicas são transmissíveis (priões). Todos os amilóides são detetáveis com soluções de vermelho do Congo de alto pH contendo sal e álcool, usando uma combinação de microscopia de luz, polarização e fluorescência. A tioflavina T é outro corante usado para detectar amilóide, mas o seu modo de ação, seletividade e sensibilidade são desconhecidos.
Anfotéricas – Uma espécie química que se comporta tanto como um ácido como uma base é chamada de anfotérica. Esta propriedade depende do meio em que a substância se encontra. O ácido súlfurico (H2SO4), por exemplo, é um ácido quando colocado em água, mas torna-se anfotérico quando colocado em superácidos.
Anião – Quando um átomo recebe electrões e fica com carga negativa, ou seja, fica com excesso de electrões relativamente ao nº de protões.
Argentafim – substância que possui a capacidade de reduzir soluções de prata a prata metálica visível, sem a necessidade de um agente redutor externo (por exemplo formaldeído / hidroquinona).
Argirófila – é necessária a utilização de um agente redutor externo para reduzir soluções de prata a prata metálica visível.
Basofilia – O termo basofilia é aplicado às substâncias tecidulares de natureza ácida que coram facilmente com corantes básicos. Exemplos de constituintes ácidos dos tecidos incluem os ácidos nucleicos, os polissacarídeos sulfatados, ácido siálico, ácido úrico, polissacarídeos e proteínas que contenham mais ácido carboxilo do que grupos amina na sua constituição.
Basofílico (ou basófilo) – Designação de uma substância, tecido ou organismo com afinidade para os ácidos. Em histologia, também designa uma solução corante básica com capacidade de corar elementos tecidulares ácidos. Apesar de os corantes com mordente corarem o mesmo tipo de elementos tecidulares que os corantes sem mordente, sobre certas circunstâncias também podem corar componentes aos quais falta o grupo carboxilo (ácido), nos quais se incluem os mucopolissacarídeos neutros. Daí que o termo basófilo não deva ser utilizado para categorizar a hematoxilina-alúmen.
Catião – Quando um átomo perde electrões e fica com carga positiva, ou seja, com excesso de protões relativamente ao nº de electrões.
Contracoloração / Contraste. Uma etapa da coloração, realizada para fornecer um fundo contrastante para a coloração de alguma estrutura ou componente específico. O uso de tal processo é denominado contracoloração ou contraste.
Corante. Ião orgânico ou molécula, que pode absorver luz visível (e por isso é visto como colorido), e que se pode ligar a outros materiais dando-lhes cor.
Cromafin. Método de fixação que também demonstra a adrenalina e a noradrenalina na medula da glândula supra-renal. O dicromato de potássio no fixador oxida essas monoaminas em quinonas de cor castanha.
Desnaturante. Algo que pode causar desnaturação de proteínas. Por exemplo: calor, compostos orgânicos (como etanol e ureia) e compostos quimicamente reativos, como dicromatos ou formaldeído. Os fixadores são tipicamente desnaturantes.
Desnaturação. Destruição da organização secundária (ou nível superior) de biopolímeros, normalmente proteínas. Neste último caso, resíduos de aminoácidos hidrofóbicos ficam expostos na superfície molecular, levando à insolubilidade e agregação. A desnaturação pode ser alcançada por aquecimento ou pelo uso de uma ampla variedade de desnaturantes químicos. A desnaturação geralmente reduz a atividade enzimática das proteínas e pode diminuir a antigenicidade, embora alguns fixadores desnaturantes protejam a antigenicidade. Curiosamente, o calor (água tamponada em ebulição) pode renaturar macromoléculas ao ponto em que a antigenicidade perdida é restaurada.
Diferenciação. Uso histoquímico: descoloração controlada de um tecido biológico corado.
Formol alcoólico. Normalmente em solução a 10%. Constituída por formol não tamponado em etanol a 70% (isto é, 1 volume de 37% v / v de formaldeído diluído em 9 volumes de 70% v / v de etanol). Este fixador penetra mais rapidamente do que a formol aquoso, especialmente nos tecidos adiposos.
Hemossiderina. Pigmento intracelular, castanho, contendo Fe3 +, derivado do grupo heme dos glóbulos vermelhos que foram fagocitados.
Hidratação. As moléculas de água podem ligar-se fortemente a vários grupos nos biopolímeros. Por exemplo, ao grupo –OH no glicogénio e aos grupos –NH3 + e –CO2- em proteínas. Essa água (ligada por dipolos e ligações de hidrogénio) pode formar uma camada de hidratação substancial à volta de um biopolímero. Na verdade, a água pode representar uma proporção significativa do peso de uma amostra de proteína aparentemente seca.
Hidrocarboneto alifático. Qualquer uma das várias moléculas orgânicas de baixa toxicidade consistindo apenas de átomos de carbono e hidrogénio. Os hidrocarbonetos de baixo peso molecular, que são usados como solventes e agentes de limpeza, podem ser não ramificados (por exemplo, hexano, octano, decano) ou ramificados (por exemplo, isodecano e outros compostos isoparafínicos). Misturas de hidrocarbonetos de alto peso molecular estão presentes na parafina, que é usada como meio de inclusão. Sinónimo: alcano. Compare com hidrocarboneto aromático.
Hidrocarboneto aromático. Num contexto histotécnico: qualquer um dos vários compostos orgânicos, contendo apenas átomos de carbono e hidrogénio, com estruturas em anel compostas por átomos de carbono alternados de ligação simples e dupla, p. ex. benzeno, tolueno, xilol. Os hidrocarbonetos aromáticos estão associados a altos níveis de toxicidade. Compare com os hidrocarbonetos alifáticos.
Hidrofílico. Tradução literal: ama água. (1) Compostos com afinidade natural para a água, ex. azul de alcian, glicogénio, NaCl. (2) Fragmentos moleculares como –SO3¯ e –CONH– cuja presença resulta em tal afinidade. Os compostos orgânicos são frequentemente hidrofílicos porque contêm grupos como –OH e –NH2, que podem formar ligações de hidrogénio com a água. Os compostos hidrofílicos também são polares. A natureza hidrofílica de um reagente pode ser avaliada usando um parâmetro de estrutura, como log P ou o índice hidrofílico / lipofílico. Veja também hidratação; contraste com hidrofóbico.
Hidrofóbico. Tradução literal: odeia água. (1) Compostos com pouca ou nenhuma afinidade para a água, ex. oil red O, lípidos. (2) De fragmentos moleculares cuja presença resulta em tal falta de afinidade, ex. grupos metil e fenil. Os compostos hidrofóbicos têm poucos ou nenhum átomo que possam formar ligações de hidrogénio e são tipicamente apolares. Esses compostos são frequentemente lipofílicos, embora alguns, como os perfluorocarbonos, sejam hidro e lipofóbicos. A natureza hidrofóbica de um reagente pode ser avaliada usando um parâmetro de estrutura, como log P ou o índice hidrofílico / lipofílico.
Hipertónico. Ter pressão osmótica mais alta do que o sangue ou fluído extracelular.
Hipotónico. Ter pressão osmótica mais baixa do que o sangue ou fluído extracelular.
Leucoderivados – Alguns corantes podem ser facilmente reduzidos. O processo de redução induz a quebra da estrutura dos anéis quinóides. Se o grupo cromóforo é destruido neste processo de redução, o corante perde a cor (leuco). Estes corantes-leuco tornam-se coloridos de novo através do processo de oxidação.
Metacromasia. Às vezes, um único corante puro dá origem a cores diferentes quando ligado a diferentes componentes de células e tecidos. Os mecanismos precisos do processo são variados, mas geralmente envolvem agregação de corante mediada por tecido.
Metacromático. Corante cuja coloração exibe metacromasia, ex. azul de metileno ou azul de toluidina. Os fluorocromos, como a laranja de acridina, também podem mostrar metacromasia.
Mordente – substância que liga o corante à estrutura a corar. A adição de mordentes aos corantes confere-lhes propriedades básicas.
Pigmento. Uma substância colorida e insolúvel. Pode ser orgânico (por exemplo, um formazan) ou inorgânico (por exemplo, azul da Prússia). Surpreendentemente, a palavra também é aplicada a substâncias coloridas em animais e plantas (por exemplo, hemoglobina, clorofila, melanina), algumas das quais são solúveis.
Policromático. (1) De coloração: o resultado da coloração de várias células ou estruturas de tecidos em cores diferentes, obtido por uma ou várias colorações; As colorações de Romanowsky dão origem a uma coloração policromática em esfregaços de sangue periférico. (2) De azul de metileno: para criar, por oxidação deste corante, uma série de corantes de tiazina intimamente relacionados (azur A, azur B e azur C, tionina, violeta de metil Bernthsen) denominado azul de metileno policromático, cuja mistura fornece coloração policromática.
Quelatação. Formação de um complexo de coordenação metálico pela reação de um ião metálico com um agente quelante. A quelatação envolve um composto carregando dois ou mais grupos de ligação de metal (como CO2-, OH ou C = O) capazes de formar um anel completo que inclua o ião metálico. Os anéis quelato são geralmente estruturas quimicamente estáveis.
Reação de oxidação-redução – A oxidação e a redução são processos químicos complementares, que envolvem a perda de eletrões por um dos reagentes (oxidação) e o correspondente ganho de eletrões por outro reagente (redução). Devido às suas características, estes processos, também conhecidos por reações redox, ocorrem em simultâneo e o número de eletrões libertados na oxidação é idêntico ao número necessário na redução.
A espécie química que perde eletrões é oxidada e atua como agente redutor (dador de eletrões) e a espécie química que aceita eletrões é reduzida e atua como agente oxidante (aceitador de eletrões).
Alguns processos de oxidação comuns são a oxidação de metais (que inclui a formação da “ferrugem”, ou óxido de ferro) e as combustões. Entre os processos de redução comuns estão, por exemplo, os métodos de extração de metais a partir de minérios.
A eletronegatividade, que indica a capacidade de um elemento para captar eletrões, é proporcional ao potencial oxidante de um elemento. Os elementos mais eletronegativos têm um grande potencial oxidante, pois têm grande tendência para formar iões negativos. Da mesma forma, os elementos com eletronegatividades baixas têm um elevado potencial redutor, pois formam facilmente iões positivos. O flúor é o oxidante mais forte, sendo agentes oxidantes comuns o peróxido de hidrogénio (água oxigenada) e os ião hipoclorito. O lítio é o elemento redutor mais forte, sendo o hidrogénio um dos agentes redutores mais comuns.
Solução coloidal – é uma solução onde as partículas dispersas têm um tamanho médio compreendido entre 1 e 100 nanómetros (nm), denominadas partículas coloidais.
Referências bibliográficas
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- Prophet, E.B. & Armed Forces Institute of Pathology, 1992. Laboratory Methods in Histotechnology. Washington, DC. American Registry of Pathology.
- https://biologicalstaincommission.org/bscglossary.html [Accessed: 05/03/2021].