Autores: Ruben Gouveia, Carla Lopes. Ver página autores.
Última edição: Pathologika, 12/11/2019
Citar esta página: Gouveia, R. e Lopes, CB. Apêndice ileocecal – Pathologika. Disponível em: https://pathologika.com/macroscopia/descricao-macroscopica/apendice-ileocecal/ [Acedido: data].
Apêndice ileocecal – Introdução
O apêndice ileocecal é um órgão vestigial localizado na fossa ilíaca direita. Existe uma variabilidade considerável no seu comprimento e posição. No entanto, a base do apêndice localiza-se sempre na superfície posteromedial do cego, aproximadamente 2 cm abaixo da válvula ileocecal.
O apêndice está rodeado por peritoneu, contínuo ao mesentério do intestino delgado. Essa conexão é o mesoapêndice. Sendo o tamanho do mesoapêndice variável, o apêndice distal pode ocasionalmente ser desprovido de mesentério.
Conceitos básicos
O apêndice pode ser removido incidentalmente durante uma hemicolectomia direita. Contudo, a maioria dos apêndices é removida por inflamação primária significativa (apendicite aguda) e uma pequena minoria por neoplasia.
Patologia
Tumor carcinóide, Adenoma, Adenocarcinoma, Mucocoele
Procedimento prévio
- Orientar e medir (comprimento e diâmetro), cor, características da superfície externa (edemaciada, hiperémica, congestionada, perfurada, hemorrágica, com exsudado purulento, fibrinoso ou fibrino-purulento). Caso o mesoapêndice esteja presente, registar dimensões, cor e aparência (edema, exsudado fibrinoso ou purulento).
- Realizar incisões transversais com intervalos de 3 mm nos 2/3 proximais.
- Realizar incisão longitudinal do 1/3 distal.
- Registar espessura da parede, diâmetro do lúmen (dilatado, fibroso, constricto), aspecto da mucosa (reluzente, hiperémica, ulcerada, congestionada, cor) e o conteúdo do lúmen (fecalitos, corpos estranhos como cálculos, exsudado, sangue, parasitas, mucina, obliteração fibrosa).
- Em casos de apendicectomia tumoral registar a localização do tumor (2/3 proximais ou 1/3 distal), dimensão, cor e distância à margem cirúrgica proximal e distância à margem radial. Pintar margem radial e proximal (margem cirúrgica).
Amostragem / Colheita de fragmentos
- Não tumoral (Figura M13):
- Se macroscopicamente não apresentar alterações seguir uma secção transversal da base e do corpo e uma longitudinal da ponta.
- Caso haja alterações, seguir secções adicionais representativas dos achados, como perfurações ou obstrução do lúmen.
- Tumoral / Acumulação de mucina no lúmen (possível cistoadenoma ou cistoadenocarcinoma) (Figura M14):
- Seguir todo o apêndice, colocando as secções correspondentes às margens em cassetes separadas.


Descrição macroscópica – exemplo
Apendicectomia não tumoral
Tubo referenciado como “”.
Peça de apendicectomia com X cm de comprimento e X cm de diâmetro. Serosa edemaciada/congestionada/hemorrágica/com exsudado fibrino-purulento / fibrinoso. Identifica-se solução de continuidade com _ cm de maior eixo. Lúmen sem conteúdo / com fecalitos/cálculos/exsudado seroso/hemorrágico/mucinoso/fibrino-purulento.
Apendicectomia tumoral
Tubo referenciado como “”.
Peça de apendicectomia com X cm de comprimento e X cm de diâmetro. Serosa edemaciada/congestionada/hemorrágica/com exsudado purulento, fibrinoso/ fibrino-purulento. Identifica-se solução de continuidade com _ cm de maior eixo. Lúmen sem conteúdo / com fecalitos/cálculos/exsudado seroso/hemorrágico/mucinoso/fibrino-purulento. No terço proximal/médio/distal, identifica-se tumor/lesão nodular/vegetante/ulcerado, (cor), de consistência firme/mole/fibro-elástica, com __x__x__ cm, de limites bem definidos/mal definidos, que macroscopicamente dista _ cm da margem cirúrgica.
Referências bibliográficas
Lester, S.C., 2010. Manual of surgical pathology, Saunders/Elsevier.
Westra, W.H. et al., 2004. Surgical Pathology Dissection: an illustrated guide, Springer-Verlag New York.
Allen, D.C. & Cameron, R.I., 2004. Histopathology Specimens: Clinical, Pathological and Laboratory Aspects, Springer.