Autores: Ruben Gouveia, Carla Lopes. Ver página autores.
Última edição: Pathologika, 27/11/2019
Citar esta página: Gouveia, R. e Lopes, CB. Quisto epidermóide – Pathologika. Disponível em: https://pathologika.com/macroscopia/descricao-macroscopica/quisto-epidermoide/ [Acedido: data].
Quisto epidermóide – Introdução
Os quistos epidermóides (também conhecidos como quistos sebáceos), são comumente encontrados na face, pescoço, tórax, parte superior das costas, escroto e genitais. Também podem ser encontrados nas nádegas, palmas das mãos e no lado plantar dos pés, devido a trauma penetrante. Se ocorrer na porção distal dos dedos, podem ocorrer alterações na placa ungueal.
Os quistos epidermóides são benignos e normalmente assintomáticos. Podem ser dolorosos se romperem ou infetarem.
Existem vários tipos de quistos cutâneos. O seu conteúdo pode ser líquido, sólido ou semi-sólido. Alguns quistos são revestidos por uma parede celular epitelial (epitélio pavimentoso estratificado ou simples) e estes são geralmente chamados de quistos verdadeiros. Por outro lado, um subconjunto de quistos, designados por pseudo-quistos, não é revestido por epitélio, mas sim por tecido conjuntivo ou de granulação.
Conceitos básicos
Os quistos cutâneos podem ser classificados em três tipos, baseados na sua morfologia: (1) epitélio pavimentoso estratificado, (2) epitélio pavimentoso não estratificado, (3) ausência de epitélio (pseudo-quisto). Os quistos epidermóides / sebáceos enquadram-se no primeiro grupo.
Um quisto epidermóide é um tipo comum de quisto cutâneo com revestimento epitelial. O revestimento do quisto produz queratina. Este tipo de quisto resulta da proliferação de células epidermóides de superfície na derme. O termo quisto sebáceo (que anteriormente era usado como sinónimo de quisto epidermóide) é inadequado, devido à ausência de glândulas sebáceas dentro do revestimento do quisto.
Patologia
Os diagnósticos diferenciais mais comuns dos quistos epidermóides incluem: quisto triquilémico, lipoma, melanoma, quisto pilonidal, calcinose cutânea, pilomatrixoma, entre outros.
Procedimento prévio
Se quisto menor que 1 cm: bissecção longitudinal.
Se quisto maior que 1 cm: bissecção longitudinal seguida de cortes transversais/perpendiculares ao maior eixo nas duas metades.
Conteúdo do quisto. Se pastoso – remover, tendo o cuidado para não danificar a superfície interna do quisto. Se sólido – não remover.
Amostragem / Colheita de fragmentos
Não seguir mais de duas cassetes de quisto.
Conteúdo do quisto:
- Se pastoso – não seguir. Por vezes, parte do conteúdo está aderido à superfície interna do quisto, nestes casos seguir com o conteúdo.
- Se não pastoso – seguir tudo. Se após o corte se destacar, segui-lo na mesma, fazendo referência na descrição dos fragmentos.
Colher alterações presentes na epiderme.

Considerar as orientações prévias à descrição macroscópica assim como procedimentos para a descrição macroscópica.
Descrição macroscópica – exemplo
Tubo referenciado como “”.
Fragmento nodular com _x_x_ cm, parcialmente revestido por retalho cutâneo com _x_ cm, macroscopicamente sem alterações/com solução de continuidade com _cm. Em secção, documenta-se quisto de conteúdo branco/amarelo pastoso com _ cm de diâmetro.
OU
Quisto enviado aberto com _x_x_ cm, de conteúdo branco/amarelo pastoso.
Referências bibliográficas
Hoang, V. T., Trinh, C. T., Nguyen, C. H., Chansomphou, V., Chansomphou, V., & Tran, T. (2019). Overview of epidermoid cyst. European journal of radiology open, 6, 291–301. doi:10.1016/j.ejro.2019.08.003
Bocklage, T.J. et al., 2014. Bone and Soft Tissue Tumors: A Multidisciplinary Review with Case Presentations, JP Medical Limited.