Autores: Ruben Gouveia, Carla Lopes. Ver página autores.
Última edição: Pathologika, 03/12/2020
Citar esta página: Gouveia, R. e Lopes, CB. Sinus Pilonidalis – Pathologika. Disponível em: https://pathologika.com/?page_id=4583/ [Acedido: data].
Sinus Pilonidalis – Introdução
A doença pilonidal é um problema anorretal muito comum que surge com mais frequência nos folículos pilosos da fenda natal da área sacrococcígea.
A doença pilonidal pode aparecer como um abscesso agudo, com formação do trajeto fistuloso. Uma manifestação mais complexa da doença pode ser caracterizada por abscessos crónicos ou recorrentes, com trajetos fistulosos extensos e ramificados.
O sinus pilonidalis também é conhecido por sinus pilonidal sacrococcígeo, doença pilonidal, quisto pilonidal, quisto sacrococcígeo ou quisto dermoide sacrococcígeo.
Conceitos básicos
A forma comum de sinus pilonidalis é um abscesso agudo caracterizado pela existência de uma solução de continuidade na linha média na fenda natal, tipicamente identificada a 4 a 8 cm do ânus. A pele entra no sinus, e esse trajeto leva a uma cavidade subcutânea, que contém tecido de granulação e geralmente um ninho de pelos que estão presentes em dois terços dos casos nos homens e em um terço dos casos nas mulheres. Muitos pacientes têm aberturas laterais secundárias 2 a 5 cm acima da fosseta da linha média. A abertura da pele e a porção superficial do trajeto fistuloso são revestidas por epitélio de células escamosas, mas a cavidade profunda e suas extensões não.
Patologia
Como diagnóstico diferencial de sinus pilonidalis, várias outras entidades de doença devem ser consideradas, nomeadamente:
– Fístulas e fissuras anais;
– Hidradenite supurativa;
– Abscesso Perirretal.
Procedimento prévio
- Medir as três dimensões (figura 1 e 2).
- Antes de seccionar, observar se existem soluções de continuidade na margem cirúrgica que possam corresponder ao trajecto fistuloso. Caso se observem, pintar essa(s) zona(s).
- Verificar se existem alterações/lesões na epiderme, como soluções de continuidade (figura 3).
- Seccionar seriadamente, com cortes perpendiculares ao maior eixo, com intervalos de 3-4 mm (Figura 4).
- Os cortes devem ser incompletos para manter a integridade da peça.
- Perceber se o trajeto fistuloso deixa livre ou coincide com as margens laterais / profunda e mencionar se coincide ou não (figura 5).
- Após seccionar, se o trajecto coincidir com a margem, pintar essa zona para uma melhor avaliação da mesma.





Amostragem / Colheita de fragmentos
- Trajeto fistuloso não coincide com a margem:
- Peça menor que 6 cm – seguir um fragmento com trajeto fistuloso.
- Peça maior ou igual a 6 cm – seguir dois fragmentos.
- Trajeto fistuloso coincide com a margem:
- Peça menor que 6 cm – seguir um fragmento com trajeto na margem.
- Peça maior ou igual a 6 cm – colher dois fragmentos. Pelo menos um deles tem que demonstrar que coincide com a margem.
- Dúvida se o trajeto fistuloso coincide com a margem:
- Seguir as zonas suspeitas.
- Sem trajeto fistuloso:
- Peça menor que 6 cm – colher as três áreas mais suspeitas.
- Peça maior ou igual a 6 cm – colher as quatro áreas mais suspeitas.
- Colher áreas de aspeto diferente.
- Colher lesões que possam existir na epiderme.
Considerar as orientações prévias à descrição macroscópica assim como procedimentos para a descrição macroscópica.
Descrição macroscópica
Tubo referenciado como “”.
Retalho cutâneo irregular / fusiforme com _x_x_ cm. Epiderme com solução de continuidade que se continua para a derme e tecido celular subcutâneo por trajeto fistuloso com __ cm, corado de azul, com quisto contendo pêlos, que macroscopicamente deixa livre a margem cirúrgica/coincide com a margem lateral/ profunda.
OU
Tubo referenciado como “”.
Retalho cutâneo irregular / fusiforme com _x_x_ cm. Epiderme sem alterações macroscópicas. Macroscopicamente não se observa trajeto fistuloso.
Referências bibliográficas
Lester, S.C., 2010. Manual of surgical pathology 3rd ed., Saunders/Elsevier.
Varnalidis, I., Ioannidis, O., Paraskevas, G., Papapostolou, D., Malakozis, S. G., Gatzos, S., Tsigkriki, L., Ntoumpara, M., Papadopoulou, A., Makrantonakis, A., & Makrantonakis, N. (2014). Pilonidal sinus: a comparative study of treatment methods. Journal of medicine and life, 7(1), 27–30.