Macroscopia

Autor: Carla Lopes. Ver página autores.
Última edição: Pathologika, 9 de Setembro de 2019
Citar esta página: Lopes, CB., Macroscopia – Pathologika. Available at: https://pathologika.com/macroscopia/ [Acedido: data].

Macroscopia – para quê?

O exame macroscópico de órgãos e tecidos é fundamental para a prática da patologia. O objetivo da macroscopia é ajudar a estabelecer um diagnóstico; para isso, são selecionados fragmentos representativos das lesões / órgãos, para posterior exame microscópico e estudos especiais.

Os diagnósticos com base no exame macroscópico podem ser feitos com precisão em até 90% das amostras. Esta é a importância da descrição macroscópica. No entanto, para que a macroscopia possa ajudar efetivamente na obtenção de um diagnóstico, é necessário conhecimento, precisão e elegância nas descrições das amostras. Se a macroscopia falha, a qualidade da prática da patologia cirúrgica e, inevitavelmente, a qualidade do diagnóstico ao paciente é claramente afetada.

Tradicionalmente, a descrição macroscópica era feita apenas pelo médico patologista. Ultimamente, com um crescente número de técnicos de anatomia patológica interessados nessa área, assim como a escassez de patologistas, essa função deixa apenas de ser exclusiva do médico para ser feita em parceria com o técnico de anatomia patológica, do mesmo modo que acontece à várias décadas em alguns laboratórios dos Estados Unidos da América (pathologist assistant), na Irlanda do Norte assim como no Reino Unido.

A equipa de trabalho, na sala de macroscopia, deve ser composta por uma combinação variável de duas pessoas (técnico / técnico, técnico / médico).

É fundamental que exista uma relação de confiança na equipa e que a aquisição de competências de disseção (através de curso de especialização ou de formação em serviço) seja com base no conhecimento suficiente, tempo, experiência e supervisão adequada.

Nos últimos anos, a anatomia patológica tem evoluído e está associada a técnicas de análise genómica e molecular, fundamentais para a obtenção do diagnóstico e até para determinação da terapia. Apesar destas e de outras mudanças na prática médica e de patologia, o exame cuidadoso da amostra “bruta” ainda é condição sine qua non para a prática de anatomia patológica.


Referências bibliográficas

Geller S.A., Horowitz R.E. (2014) Gross Examination. In: Day C. (eds) Histopathology. Methods in Molecular Biology (Methods and Protocols), vol 1180. Humana Press, New York, NY