lipoma

Lipoma

Autores: Ruben Gouveia, Carla Lopes. Ver página autores.

Última edição: Pathologika, 21/11/2019

Citar esta página: Gouveia, R. e Lopes, CB. Lipoma – Pathologika. Disponível em: https://pathologika.com/macroscopia/descricao-macroscopica/lipoma/ [Acedido: data].


Lipoma – Introdução

O lipoma é o tumor benigno mais comum dos tecidos moles, embora existam vários tipos de tumores adipocíticos. É constituído por adipócitos maduros, por vezes com alterações genéticas complexas. Os lipomas podem ocorrer em quase qualquer parte do corpo, mas são mais frequentes no tronco, ombros, pescoço e axilas, em localização subcutânea. Embora seja raro, os lipomas também podem ocorrer no músculo e outros órgãos internos.

A maioria dos lipomas afeta adultos com idades entre os 40-60 anos, embora o lipoblastoma seja a exceção e pode ocorrer na infância até aos 3 anos e ocasionalmente à nascença.

Como em muitos outros tumores dos tecidos moles, a etiologia dos tumores adipocíticos não está bem estabelecida. Embora os lipomas sejam mais comuns em indivíduos com excesso de peso, as alterações genéticas desempenham um papel importante, pelo que tendem a ocorrer em famílias.

As alterações genéticas mais frequentes localizam-se nos genes na posição q13-15 do braço longo do cromossoma 12. Esta região contém 164 genes dos quais alguns estão amplificados e são sobre-expressos em todos os lipossarcomas bem diferenciados / indiferenciados (MDM2, CDK4 e HMGA2). Outros genes podem apresentar rearranjos cromossómicos (HMGA2 e DDIT3) em lipomas e liposarcomas mixoides, respetivamente.

Conceitos básicos

Por norma, o lipoma subcutâneo manifesta-se como uma massa arredondada, mole, bem circunscrita e capsulada. Os lipomas são geralmente pequenos (menores que 5 cm). Lipomas maiores que 10 cm são raros.  Em secção, o lipoma pode ser desde amarelo pálido a laranja com superfície de secção uniforme e padrão lobular irregular. Pode ocorrer descoloração focal causada por hemorragia ou esteatonecrose, embora seja mais comum nos lipossarcomas.

Procedimento prévio

  1. Pesar e medir (se fragmentado medir o conjunto).
  2. Pintar a peça se houver suspeita de neoplasia maligna ou critérios que possam sugerir malignidade.
    • Não pintar áreas que tenham soluções de continuidade para não criar falsas margens.
  3. Fazer cortes seriados, com intervalos de aproximadamente 1 cm, em todos os fragmentos.
    • Após a abertura, se a peça não se encontra bem fixada, deixar em formol até a fixação ficar completa.
  4. Avaliar a superfície externa e a superfície de secção.
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Figura M17. Lipoma.
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Figura M18. Lipoma. Secção.
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Figura M19. Lipoma. Seccionado.
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Figura M20. Lipoma com 20 cm.
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Figura M21. Lipoma com 20 cm. Secção.

Amostragem / Colheita de fragmentos

  1. Colher um fragmento por centímetro, incidindo em áreas de necrose, que podem ser opacas ou amareladas-esverdeadas, áreas de hemorragia e áreas brancas acastanhadas.
  2. No caso de esteatonecrose, colher relação necrose – tecido normal.

Considerar as orientações prévias à descrição macroscópica assim como procedimentos para a descrição macroscópica.

Descrição macroscópica – exemplo

Lipoma – um fragmento

Tubo referenciado como: “”. 

Fragmento nodular com__x__x__ cm e__ gramas. Superfície externa revestida por cápsula fina, intacta / parcialmente intacta. Em secção é macroscopicamente semelhante a tecido adiposo/Em secção, observam-se áreas de esteatonecrose, a maior com __ cm.

Lipoma – vários fragmentos

Tubo referenciado como: ” “. 

Amostra constituída por x fragmentos nodulares, no conjunto com __x__x__ cm e __ gramas. Superfície externa revestida por cápsula fina, parcialmente intacta. Em secção, todos os fragmentos são macroscopicamente semelhantes a tecido adiposo/Em secção, observa-se, em x fragmentos, áreas de esteatonecrose, a maior com __ cm.


Referências bibliográficas

Lester, S.C., 2010. Manual of surgical pathology 3rd ed., Saunders/Elsevier.

Westra, W.H. et al., 2004. Surgical Pathology Dissection: an illustrated guide, Springer-Verlag New York.

Humphrey, P.A., Dehner, L.P. & Pfeifer, J.D., 2008. The Washington manual of surgical pathology, Wolters Kluwer Health/Lippincott Williams & Wilkins.

Shariff, S., 2011. Fundamentals of Surgical Pathology: Grossing Techniques, Gross Pearls, Microscopy Pearls: Aids in Diagnosis, Synoptic Reporting and Minimum Data Sets, Jaypee Brothers, Medical Publishers.

Weiss, S.W., Goldblum, J.R. & Folpe, A.L., 2007. Enzinger and Weiss’s Soft Tissue Tumors, Elsevier Health Sciences.