Descrição
AE1/AE3 é uma mistura (cocktail) de citoqueratinas de baixo e alto peso molecular, que deteta tanto as citoqueratinas ácidas (tipo I) 10, 14, 15, 16 e 20 assim como as citoqueratinas básicas ou neutras (tipo II) 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7 e 8. É considerado um anticorpo pan-citoqueratina embora não seja capaz de detetar as citoqueratinas 9, 12, 17 e 18 [1-6]. AE1 deteta as citoqueratinas ácidas e AE3 as citoqueratinas básicas.
Este anticorpo reconhece polipéptidos de citoqueratina de quase todos os epitélios, sendo útil para diferenciar tumores epiteliais (carcinomas) de tumores não epiteliais (linfomas, melanomas ou sarcomas), sendo a sua marcação geralmente negativa para os últimos [7].
Apesar de ser um marcador comum à maior parte dos carcinomas, a ausência de marcação a este anticorpo não pode ser fator de exclusão do mesmo. Um exemplo disto é o caso do carcinoma hepatocelular que expressa maioritariamente a citoqueratina 18, ausente neste cocktail e por isso não detetada [8].
Marcação
Geralmente apresenta marcação citoplasmática.
Controlo positivo
Maioria do epitélio. Exemplos: apêndice, pele.
Tumor positivo
Maioria dos carcinomas, tumor de células de Merkel, cordoma, sarcoma epitelióide, timoma, linfoma anaplásico [7, 9,10].
Tumor negativo
Tumores hematopoiéticos, alguns sarcomas, carcinoma hepatocelular, carcinoma da supra-renal, carcinoma cromófobo de células renais, oncocitoma renal, seminoma, tumor de Wilm [1,2,8,11].
Galeria de imagens
Referencias bibliográficas
1. Battifora H. Clinical applications of the immunohistochemistry of filamentous proteins. Am J Surg Pathol. 1988; 12:24.
2. Cooper D, et al. Classification of human epithelia and their neoplasms using monoclonal antibodies to keratins: strategies, applications, and limitations. Lab Invest. 1985; 52:243-56.
3. Gown AM, et al. Monoclonal antibodies to human intermediate filament proteins. III. Analysis of tumors. AM J Clin Pathol. 1985; 84:413.
4. Dale, B.A. et al., 1985. Expression of epidermal keratins and filaggrin during human fetal skin development. Journal of Cell Biology, 101(4), pp.1257–1269.
5. Chesa, P.G., Rettig, W.J. & Melamed, M.R., 1986. Expression of cytokeratins in normal and neoplastic colonic epithelial cells. Implications for cellular differentiation and carcinogenesis. The American journal of surgical pathology, 10(12), pp.829–835.
6. Moll, R., Franke, W.W. & Schiller, D.L., 1982. The catalog of human cytokeratins: patterns of expression in normal epithelia,tumor and culture cells. Cell, 31(November), pp.11–24.
7. Barak, V. et al., 2004. Clinical utility of cytokeratins as tumor markers. Clinical Biochemistry, 37(7), pp.529–540.
8. Wee, A., 2006. Diagnostic utility of immunohistochemistry in hepatocellular carcinoma, its variants and their mimics. Applied Immunohistochemistry and Molecular Morphology, 14(3), pp.266–272.
9. Bechert, C.J., Schnadig, V. & Nawgiri, R., 2013. The merkel cell carcinoma challenge: A review from the fine needle aspiration service. Cancer Cytopathology, 121(4), pp.179–188.
10. Pletneva, M.A. & Smith, L.B., 2014. Anaplastic Large Cell Lymphoma: Features Presenting Diagnostic Challenges. Archives of Pathology & Laboratory Medicine, 138(10), pp.1290–1294.
11. Sredni, S.T. et al., 2004. Pan-cytokeratin immunoexpression in Wilms’ tumors: A simple approach for understanding tumor epithelial differentiation. Sao Paulo Medical Journal, 122(4), pp.181–183.